Atos Marcarão Dia De Protesto Contra Votação


No dia em que o Senado Federal deve votar em segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que congela os gastos públicos federais por 20 anos, diversos atos contra essa medida e a proposta de reforma da Previdência ocorrerão em Brasília, em capitais do país e outras cidades.

A data (13 de dezembro) coincide com os 48 anos do Ato-Institucional nº 5, quando a ditadura civil-militar fechou o Congresso Nacional, instituiu a censura e jogou o Brasil em seus mais violentos anos de repressão e perseguição política. Quase 50 anos depois, a PEC 55 pode levar o país a um arrocho histórico, inclusive criticado na última semana pela Organização das Nações Unidas (ONU).

“Se adotada, essa emenda bloqueará gastos em níveis inadequados e rapidamente decrescentes na saúde, educação e segurança social, portanto, colocando toda uma geração futura em risco de receber uma proteção social muito abaixo dos níveis atuais”, disse Philip Alston, relator especial da ONU.

Com apoio da Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular, formada por movimentos sociais e de trabalhadores, até o momento estão confirmados atos contra a PEC 55 e a reforma da Previdência em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Aracaju, João Pessoa, Florianópolis e Brasília.

“As denúncias dos últimos dias mostraram que esse governo e o Congresso Nacional não têm legitimidade para decidir em nome do povo brasileiro, ainda mais definições que comprometem o nosso futuro, a aposentadoria e os direitos sociais. Mesmo assim, esse Senado desmoralizado quer botar pra votar a PEC 55. Nós iremos resistir nas ruas, vai haver luta em atos em todas as capitais brasileiras”, disse Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), em vídeo publicado nas redes sociais e convocando a população a participar dos atos. “Vamos à luta contra esse descalabro dessa PEC e para derrubar esse governo corrupto e antipopular.”

Segundo os movimentos sociais, os cortes que ocorrerão nos orçamentos de saúde, educação e políticas sociais caso a PEC 55 seja aprovada, afetarão a vida da população mais pobre e manterão intocados os privilégios dos mais ricos. Como alternativa a PEC 55, os movimentos reivindicam uma reforma tributária que reduza impostos sobre itens básicos, como alimentação e medicamentos, por exemplo, a taxação das grandes fortunas e uma auditoria da dívida pública. Em 2015, os juros e amortizações da dívida pública representaram 42,43% do orçamento da União.

Na capital federal, será a primeira grande manifestação após a violenta e covarde repressão praticada pelas polícias Militar e Legislativa, a mando dos governos do GDF e dos golpistas, no dia 29 de novembro, dia do primeiro turno de votação da PEC da Morte.

Por isso, a CUT e os sindicatos filiados também protestarão no dia 13 contra a repressão, que fere o direito constitucional e democrático de manifestação. “Não poderíamos esperar outra coisa a não ser a violência por parte daqueles que afrontaram a democracia para chegar ao governo. Mas não podemos aceitar medidas repressivas e de exceção, nem a criminalização dos movimentos, calados. Vamos seguir fazendo atos, usando nosso direito de nos manifestarmos contra tudo que nos atinge e faz mal. Nossa luta é pela democracia e por direitos”, enfatiza o presidente da CUT-DF, Rodrigo Britto.
 

Atos contra a PEC 55 e proposta de reforma da previdência

Brasília
17h – Congresso Nacional

São Paulo
18h – Praça do Ciclista (Avenida Paulista)

Rio de Janeiro
14h – Praça da Candelária

Belo Horizonte
16h – Praça Sete de Setembro

Porto Alegre
18h – Esquina Democrática

João Pessoa
14h – Liceu Paraibano

Aracaju
15h – Praça Camerino

Recife
7h30 – Avenida Agamenon Magalhães (em frente a Caixa Econômica Federal)

Florianópolis
16h – Largo da Alfândega

Bahia:

15h - Passeata saindo do Largo do Campo Grande, Salvador

Ceará:
14h - Fortaleza

Rio Grande do Norte:
16h - Natal

Postado em 09/01/2017

mais artigos >>
clique para ampliar