Integração dos povos


Entre os dias 7 e 9 de dezembro, em Foz do Iguaçu, será realizada a Jornada Latino-Americana e Caribenha de Integração dos Povos. O evento deverá reunir mais de seis mil representantes de movimentos sociais, partidos políticos, intelectuais, artistas e lideranças políticas de toda a América Latina e Caribe. O lançamento aconteceu nesta terça-feira (24) com uma entrevista coletiva com a participação do ex-presidente do Urugaui, José “Pepe” Mujica.

O evento foi convocado a partir da articulação de momentos populares. Trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, jovens, povos indígenas, ambientalistas, feministas, lideranças estudantis, defensores do meio ambiente e direitos humanos, acadêmicos e intelectuais fazem parte deste grande coletivo. Além disso, convidados ilustres como José Mujica e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, são alguns dos que devem compartilhar suas perspectivas de como construir um processo de integração dos povos, reafirmando a defesa da democracia e da soberania dos povos.

“Será um grande evento que teremos em Foz do Iguaçu, com nossos irmãos e vizinhos da América. Precisamos colocar o povo não apenas no centro da pauta, mas no centro das discussões. A participação popular é imprescindível para o desenvolvimento econômico e social da região, mas também, para garantir a sobrevivência da democracia que está sendo frequentemente atacada. Sem povo, não há solução”, aponta o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, que participa da organização da jornada.

“No dia da eleição do Lula, Mujica vendo tudo que passamos naquele dia e com aquela alegria no fim, ele pensou no momento da eleição, que deveria existir uma jornada, uma atividade de integração dos povos. Durante os períodos de governos progressistas aconteceram muitos avanços, mas o povo em si, segundo a interpretação de Pepe, não existiu mais essa integração entre os povos, com os países afastados”, explica o secretário de Formação e Educação Sindical da Central Sindical das Américas (CSA), Cícero Silva, em entrevista ao programa Quarta Sindical, produzido pela CUT Paraná em parceria com o jornal Brasil de Fato.

“Do ponto de vista dos movimentos sociais a integração latino-americana precisa ser mais do que uma integração de mercado, ou institucional dos Estados, mas sim uma integração dos povos. Para avançarmos precisamos discutir direitos, como estão sendo garantidos, como o trânsito de uma pessoa entre um Estado e outro. Enfim, uma integração que leve ao desenvolvimento e à construção de uma unidade que tem aspectos políticos e econômicos, mas sobretudo, deve estar fundada na soberania e garantia de direitos para todas as pessoas deste continente”, completou o vice-reitor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Rodne Lima, também no Quarta Sindical.

O secretário-geral da CSA, Rafael Freire, destacou a união entre os povos durante a entrevista c oletiva de lançamento da jornada. “Não podemos perder tempo. Temos a ameaça da extrema direita, do fascismo e a única forma da América Latina e Caribe responderem é a união por um processo de integração. Por isso, aceitamos uma agenda comum para os povos da América Latina. Queremos que todas as forças sociais, sindicais, governos, juntos, encontremos um processo de construção que garante a paz e a democracia em nosso continente”, garantiu.

A jornada também pretende promover um diálogo dinâmico entre as diferentes forças para discutir os seguintes tópicos: a crise sistêmica do capitalismo, as ameaças à paz, a soberania dos povos, realizar um diagnóstico econômico, político e cultural da região e os desafios da Nossa América em um contexto de avanço das direitas em âmbito global. (CUTPR)

Postado em 01/11/2023

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