Os trabalhadores e as trabalhadoras da Argentina fizeram uma grande demonstração de força e unidade ao saírem às ruas, nesta quarta-feira (24), em apoio à primeira greve geral do país contra as medidas políticas e econômicas do presidente de extrema direita, Javier Milei.
A greve de 12 horas, que atinge o transporte, bancos e serviços públicos, entre outros, recebeu o apoio da CUT e outras centrais sindicais aqui no Brasil. Pela manhã houve um ato em frente à embaixada Argentina, em Brasília, com a presença do presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, e do presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, e demais dirigentes das centrais sindicais.
Eles entregaram uma carta das centrais brasileiras pedindo diálogo do governo com os sindicatos locais e a revogação do DNU e da Lei Omnibus. Ambos retiram direitos dos trabalhadores e aumentam a desigualdade social na Argentina.
O presidente da CUT, Sergio Nobre, em seu discurso, disse que o apoio dos brasileiros é uma reciprocidade ao apoio que os argentinos deram a nós, durante os quatro anos que passamos sob um governo também de extrema direita.
“A nossa solidariedade é porque nós vivemos, no desgoverno de Bolsonaro, quatro anos de ataques às instituições, à democracia, em especial ao movimento sindical e ao movimento popular. Nós passamos por isso e, é por conta disso que o povo argentino hoje está lutando porque eles estão vivendo aquilo que a gente viveu há quatro anos atrás. Aqui no Brasil nós resistimos, lutamos e vencemos”.
Tenho certeza que a luta do povo argentino, com essa enorme greve geral, de demonstração de força da classe trabalhadora no dia de hoje, vai conduzir o povo à vitória e vai recuperar a democracia na Argentina- Sergio Nobre
O presidente da CUT fez questão de expressar diversas vezes a solidariedade do povo argentino aos brasileiros quando o presidente Lula esteve preso injustamente, em Curitiba.
“A gente não vai esquecer do dia da vitória do Fernández [Alberto, ex-presidente da Argentina], erguendo o braço e chamando Lula livre, quando o presidente Lula era preso político em Curitiba. Nós não vamos esquecer a luta dos trabalhadores argentinos, criando o comitê Lula livre na Argentina, fundamental para provar a inocência do presidente e hoje ele poder governar o nosso país”, disse.
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Para o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, as manifestações contra o governo de Javier Milei e em apoio aos trabalhadores argentinos aqui e em outras partes do mundo são de suma importância, pois a luta da classe trabalhadora é internacional, assim como o capitalismo, que tem por objetivo subjugar os povos. “Nós temos solidariedade e estaremos juntos contra todo tipo de autoritarismo”, explicou Rodrigo, que também elogiou a greve do país vizinho.
As medidas impopulares de Milei
A política econômica adotada por Milei e o Projeto do Executivo chamado "Lei Ómnibus", pode ser apreciado pelo Congresso do país a qualquer momento.
Caso seja aprovado, o PL “Ómnibus”, com mais de 300 medidas neoliberais, pode conceder uma série de poderes exorbitantes ao atual presidente, como a repressão aos movimentos sociais e às mobilizações e protestos, estipulando penas de prisão que chegam a seis anos no caso de descumprimento.
Com informações da CUT-DF