A semana começa no Paraná com uma greve de professores e professoras da rede estadual de ensino. A paralisação vem acompanhada de uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa para tentar impedir que os deputados estaduais aprovem um projeto do governo Ratinho Jr. (PSD) que permite terceirizar a administração de 200 colégios públicos. A greve começa já nesta segunda-feira (3) e não tem data para acabar.
O projeto pela terceirização das escolas é o principal motivo da greve deflagrada pelos professores. A paralisação foi decidida em assembleia há cerca de dez dias, com votos de 89% dos educadores que participaram da assembleia.
A manifestação dos professores em Curitiba está prevista para começar às 9h com uma concentração na Praça Santos Andrade. Depois disso, está marcada uma passeata até o Centro Cívico.
Além da suspensão das privatizações, a pauta da greve inclui o pagamento da data-base deste ano (3,69%) e o zeramento das perdas salariais dos educadores, que já supera os 39%. Além do protesto em frente à Assembleia Legislativa em Curitiba, estão previstas manifestações nos 29 núcleos da APP no interior do Paraná.
O projeto enviado pelo governo Ratinho deixou os próprios deputados estaduais cheios de dúvidas: questões relativas aos gastos incluídos na proposta e sobre o número de colégios que podem ser terceirizados deixaram tanto oposicionistas quanto a base do governo em dúvida.
Um grupo de deputados prevê a apresentação de 17 emendas parlamentares para deixar a proposta mais clara. Entre elas, está um limitador que impede o governo de terceirizar mais escolas além das 200 anunciadas nesta primeira leva.
O projeto já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e deve ser votado na Comissão de Educação antes de chegar ao plenário da Assembleia Legislativa. Como tramita em regime de urgência, o projeto pode seguir para sanção de Ratinho Jr. (PSD), caso aprovado, já nos próximos dias.